No primeiro post dessa série, eu João, falei um pouco sobre Bali e como aquele lugar mágico me tocou profundamente. Agora vamos rumo à um local sagrado, um património mundial... Angkor Wat!
2. Siem Reap - Camboja
Eu confesso que quando decidimos ir para o Camboja eu não tinha ideia do que iria encontrar, de como era aquele país, sempre ouvi muito pouco sobre ele. Ficamos em Siem Reap, uma cidade turística no noroeste do Camboja, é a porta de entrada para as ruínas do Angkor, sede do reino do Khmer entre os séculos 9 e 15. O local é uma espécie de cidade de templos antigos.
Depois de ler muito sobre a melhor forma de conhecer todos aqueles templos decidimos por começar assistindo o nascer do sol no Angkor Wat, o famosos templo que aparece nas filmagens de Tomb Rider, é um património mundial desde 1992. Já às cinco da manhã a entrada do templo é tomada por turistas para contemplar os primeiros raios de sol, e que feliz experiência. Ruínas, enormes rochas esculpidas com histórias e deusas ao nosso redor, lagos com enormes vitórias-régias e flores de lótus, é um lugar mágico e cheio de energia em meio ao verde da mata.
Passamos o resto do dia explorando apenas o Angkor Wat, ele é realmente ENORME. Eu me apaixonei, entender um pouco mais sobre o Hinduísmo e o Budismo nos faz refletir muito sobre religião, crenças e a forma como o ser humano sustenta isso até hoje.
Naquele dia aprendi sobre o "lintel", uma peça de pedra que ajuda a assentar as construções e dá acabamento na parte superior de portas e janelas, nos templos os lintéis tem escrituras antigas com lendas sobre deuses, eu fiquei verdadeiramente fascinado, meses depois tatuei um no antebraço com a história de Indra sentado nos elefante de três cabeças. <3
Nos dias seguintes visitamos os templos Ta Prohm e Bayon, todos com muito significado histórico. Imaginar que ali viveu toda uma civilização e que a mesma nunca imaginaria suas construções, histórias em ruínas é bem interessante. Lembro das enormes raízes atravessando as colunas rochosas, do musgo verde que marcou o tempo, e da natureza que tomou conta daqueles espaços e não nos deixa esquecer a lei da vida.
Carrego boas lembranças desses dias. Fecho os olhos e facilmente acesso aquele sentimento de aventura, de mundo novo... Ou me lembro do Bruno com o guia da Lonely Planet (virou item de coleção aqui em casa) me contando das histórias e curiosidades do país.
Um recorte histórico importante são os respingos da guerra do Vietnam no Camboja... Vimos muitos jovens nas ruas, os mais velhos em sua maioria morreram ou pelas consequências da ditadura do Khmer vermelho ou pela guerra do país vizinho. E isso causa uma estranheza muito grande, ao mesmo tempo que tudo é tão antigo e cheio de significado o povo teve sua história marcada pela crueldade e ganância humana. E conhecer essa realidade me ensinou muito sobre sociedades e seus interesses, sobre política, sobre os humanos.
E por que o Camboja é um lugar transformador? Assim como Bali a simplicidade do lugar é um diferencial enorme do que estamos tão acostumados nas grande cidades, a esperança do povo Cambojano de uma realidade mais pacífica é evidente. Os templos, os monges budistas que caminham por ti com um semblante sereno, o som da mata... Se um dia tiveres a oportunidade de conhecer esse país, vá, se deixe transformar, se permita.
João Kraeski
Livre Para
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